SENEGAMBIA BLEIBT

2019, vídeo, 1 canal, Full HD.


SENEGAMBIA BLEIBT (SENEGAMBIA FICA) é um vídeo colaborativo focado nas conexões entre as culturas brasileira e africana ocidental na Europa. Senegambia é um restaurante africano ocidental localizado na Reichenberger Straße (a mesma rua da Galeria Mario Kreuzberg), onde muitas comunidades africanas diferentes se encontram para comer comida de seus países de origem. Pa Modou Jah, o proprietário do restaurante, fala sobre sua história de migração para a Alemanha, que aconteceu há mais de trinta anos, a gentrificação que afeta Kreuzberg hoje, e o papel da mandioca na conexão entre América do Sul, África e Europa. Partindo dos pratos de mandioca, o vídeo também conecta o espaço da galeria ao bairro local.

















UNIVERSIDADE DESCONHECIDA

2017, Val d'Hérens e Standard/Deluxe Gallery, Lausanne, Suíça. Residência artística e performance coletiva de duração.

Após 10 dias de retiro em Val d'Hérens, Suíça, os fundadores da Universidade Desconhecida ocuparam a Standard/Deluxe nos dias 25 e 26 de agosto de 2017. O espaço esteve aberto das 13h às 22h sem interrupção. O programa, desconhecido até que acontecesse, era baseado nos seguintes valores:
    • o anonimato é uma ferramenta poderosa
    • a transformação do corpo individual afeta o corpo social
    • pesquisar é mais importante do que produzir
    • a propriedade intelectual é uma ficção
    • criar é pesquisar, pesquisar é jogar
    • não há divisões entre professores e alunos, essas funções são sempre intercambiáveis
    • a vulnerabilidade é um lugar fértil

A Universidade Desconhecida é um projeto multilíngue e interdisciplinar de estudo, criação e transformação individual e coletiva. Seu nome vem da idéia do poeta chileno Roberto Bolaño que afirmou que existia na formação de cada escritor uma "universidade desconhecida guiando seus passos e que, obviamente, não tem lugar fixo, é uma universidade móvel que é comum a todos". A Universidade é um centro de pesquisa sem endereço que acontece toda vez que os membros a convocam.

Curadora: Valentina D'Avenia

Participantes: Tom Nóbrega, João Meirelles, Jonas Van, Germano Dushá, Barbara Marcel, Mazyar Zarnadar, Léa Katharina Meier








THE HAIRY GODDESS MISSTORY

2017, Berlim. Projeto coletivo e performance por e com Érica Zingano, Marion Breton, Barbara Marcel e Tom Nóbrega. Co-produzido e performado na Literaturhaus Lettrétage Berlim, como parte da série de eventos CON_TEXT, fundado pelo Senate Department for Culture and Europe.


»Anteontem. Em luto. O século XXI morreu, mas ainda estamos nos preparando para seu funeral. Olhe para suas mãos, as duas mãos. Numa, tens a história do apocalipse. Como em qualquer história sobre o tempo, com certeza terminará num grande clímax, big bang, pow wow wow. Com certeza, o personagem principal desta aventura é Deus, que está sobre os ombros de seu exército de anjos encriptados. Na outra mão, há o outro lado desta história: esta podemos chamar de revolução. Uma revolução reencarnada como uma deusa cabeluda. Elx está em todo lugar, e todo lugar parece tão perto quanto lugar algum. Imanente em nossas mochilas bagunçadas, rugindo em nossas selvas. Esta versão muda a velocidade dos trens e carros e aviões através das quais percebemos o mundo. Escolha uma palavra e pegue a estrada. Mistério. Caos. Fumaça. Animais. Magia. Acenda outro fósforo. Esta é uma história contínua. Vem numa caixa entregue pela DHL. O sol é o terceiro sinal na estrada. Uma longa estrada. Nas pontas de seus dedos.«

O projeto é um estudo coletivo sobre o potencial revolucionário da experiências de morte e a ideia de superá-la. Vagamente baseada no ‚Mistério Bufo‘ de Vladimir Mayakovsky e na ópera futurista ‚Vitória do Sol‘, a performance é uma adaptação livre por ambas perspectivas, queer e imigrante, com referências ao cosmismo russo, ao tropicalismo brasileiro, ao feminismo radical e à teoria queer.

Música e som: Katrina Burch aka Yoneda Lemma.
Apoio: Sam Langer, Bruno Siegrist e Lotto Thiessen.
Suporte técnico: Jure Kapun.
Documentação fotográfica: Ferid A. Barak/Lettrétage.

Documentação em vídeo:













MYSTERY-BOUFFE (ADAPTAÇÃO)

2017, Montpon França. Projeto e performance coletivos de e com Érica Zíngano, Marion Breton, Barbara Marcel e Tom Nóbrega.

MYSTERY-BOUFFE é um projeto e performance coletivos de e com Érica Zingano, Marion Breton, Barbara Marcel e Tom Nóbrega como parte do festival TROIS JOURS AU TUQUET durante o verão de 2017. Baseado na peça de Vladimir Maiakovski "Mystery-Bouffe: A Heroic, Epic and Satiric Representation of our Era" (1918-21) e sua adaptação por Jerzy Grotowski (1960).

Sendo uma peça dramática socialista escrita pelo artista avangardista russo Mayakovsky entre 1918 e 1921, Mystery-Bouffe propõe em seu prólogo que "no futuro, todas as pessoas que atuam, apresentam, lêem ou publicam Mystery-Bouffe devem mudar o conteúdo, tornando-o contemporâneo, imediato, atualizado". Tal sugestão foi seguida pelo autor polonês Grotowski, que dirigiu uma adaptação da peça, apresentando-a pela primeira vez no Teatro das 13 Fileiras em Opole, em 31 de julho de 1960. A partir das diversas biografias artísticas dos quatro artistas e seus diferentes contextos migratórios na Europa, a adaptação focou em uma colaboração interdisciplinar, baseada em ações performáticas e localmente específicas em diálogo com a paisagem bucólica do sul da França rural.

Documentação fotográfica por Marianne Wasowska.









230 000 cm

2013, Neukölln, Berlin. Projeto colaborativo entre artistas do Bairro de Neukölln, para o Festival 48 Stunden Neukölln e Nacht und Nebel. Fotografias PB em espaço público, Publicação e noite de Ateliê aberto com leituras. Projeto financiado pelo Quartier Donaukiez de Neukölln, organizado por Marta Leite, Barbara Marcel e Anais Senli no espaço Karl Marx Studio.

230 000 cm corresponde ao diâmetro do Quartier Donau, no distrito de Neukölln em Berlim. O livro que resulta deste projeto reúne uma coleção de fotos e histórias que acontecem entre a primavera e o outono de 2013, no espaço desse diâmetro. O fio condutor do projeto é a relação entre memória, subjetividade e experiência dos diversos moradores do bairro e sua relação com os artistas que trabalham nele. O processo se divide em duas etapas. Durante a primavera convidamos diversos artistas com Ateliês no bairro, a tirarem fotografias de determinados lugares que lhe chamassem a atenção no convívio do Espaço público. Para o Festival 48 Horas Neukölln, imprimimos as fotografias PB e as exibimos próximas dos locais onde foram originalmente tiradas. No nosso Ateliê distribuímos um mapa para que o público do Festival pudesse encontrar as fotografias em uma caminhada pelo quarteirão. Na segunda etapa do projeto, convidamos os artistas a escreverem narrativas ou versos livres, que se relacionassem às imagens produzidas. A reunião dos trabalhos foi publicada com a ajuda do Quartiermanagement, e lançada em uma noite de Leituras no Karl Marx Studio, durante o Festival de outono, Nacht und Nebel (Noite e Névoa). O resultado é uma imagem caleidoscópica do DonauKiez, narrada por pessoas de diferentes culturas, interesses e experiências no espaço social do quartier. O livro reflete a diversa e complexa superfície de um dos bairros mais multi-culturais de Berlim.







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